domingo, 17 de novembro de 2013

Peça: O Diálogo Dos Pastores.

 
PASTOR - entra cantando :
Numa estrebaria rude
Da cidade de Belém,
Onde as gentes não pensavam
Encontrar o Sumo-Bem,
Foi que a Virgem deu à luz
O menino, que é Jesus.
 
PASTORA: Donde vens tu, pastorzinho, Tão alegre, tão feliz?
 
PASTOR: Venho de ouvir no caminho Um coro santo, que diz Ter nascido o Salvador, Pelo divino favor, Num presepe de Belém. Vem tu, pastora, também, Ver o menino Jesus, Banhado de pura luz.
 
PASTORA: Num presepe da estalagem? Mas que misera equipagem Do Messias de Israel!
 
PASTOR: Sim. Cavalos e tropel São pra reis do mundo só. Deus lembrou que somos pó, Em toda a nossa vaidade, E veio, com humildade, Pousar numa manjedoura. Veio como rei, pastora, Mas rei d’alma e coração, Numa nova criação.
 
PASTORA: Não percebo, não concebo Esse Rei maravilhoso! É incrível, impossível Pensamento mais formoso.
 
PASTOR: Sem demora, vem, pastora, Vamos ver o Sumo Bem. Na loucanda miseranda No presepe de Belém. Vamos vê-lo, conhecê-lo, Adorá-lo muito ao pé; No futuro, te asseguro, Fa-lo-emos pela fé.
 
PASTORA: Pois vamos, alegres, Cantemos a gloria Do Rei da vitoria, Do Príncipe da paz!
 
PASTOR: Pois vamos, alegres, Louvar o Menino, Que é Mestre divino Que a benção nos traz.
 
Cantam Juntos:
Era Deus, Senhor de tudo,
Mas o mundo o viu nascer;
Foi seu berço a manjedoura,
Vida humana quis viver;
Eis a quanto se humilhou
No caminho que trilhou!
 
Desejamos tributar-lhe
Gratidão e todo o amor,
Pois, tristezas, dor e morte,
Que sofreu o Redentor,
Foi por nós, por compaixão,
Para dar-nos salvação
 
Fonte: Livro Florilégio Cristão.
 
 

sábado, 16 de novembro de 2013

Peça: As Belemitas


 Cenário: poço, baldes e jarros.
 Entram a 1ª e 2ª belemitas e começam a conversar à beira do poço.

1ª BELEMITA — Você já reparou que rebuliço vai lá por Belém? A vovó disse que nunca viu a cidade tão cheia. É tanta cara desconhecida! Para que tudo isto? Será que vai haver festa?

2ª BEL. — Você não sabe?! O imperador mandou que todos se alistassem, e cada um em sua própria cidade. E assim todos os belemitas voltam a Belém a fim de obedecer à palavra do imperador.

1ª BEL. — Mas é um horror! Não há mais lugar para ninguém. As hospedarias estão cheias. As casas de família já não tem lugar para abrigar o povo. Tomara já se passarem estes dias e voltarmos ao sossego da nossa calma Belém.

3ª BEL. (chegando) — Oh! vocês vieram primeiro do que eu, hein?! Mas lhes conto por que me atrasei. Quando saia de casa, passava um casal ainda à procura de hospedagem. Ela, moça e bonita. Ele, já um tanto envelhecido. Tive tanta pena deles! Não acharam lugar onde pousar. Diz-se que se hospedaram numa estrebaria. Se lá em casa não estivesse tão cheio!...

1ª BEL. — Pois é. Agora mesmo estávamos comentando, isto. Nunca se viu tanta gente assim em Belém. É um burburinho, uma barulhada! Tomara que esse povo já vá embora.

3ª BEL. — Ah! pois eu gosto desta agitação! A vida em Belém tem sido calma demais. Queria que houvesse lugar para abrigar todos que vieram, para aquele pobre casal não ter de ficar numa estrebaria.
Como tenho pensado neles!

2ª BEL. — Eu também gosto. Há mais alegria. E se encontram pessoas tão boas. Esse casal de quem você fala está hospedado naquela estrebaria perto de sua casa?

3ª BEL. — Esta, sim. Coitados!

2ª BEL. — Vamos visitá-los?

3ª BEL. — Vamos, sim. Eles parecem ser tão bons! Ela tem um par de olhos meigos e um sorriso tão puro! Parece uma pessoa muito boa.

1ª BEL. — Eu também quero ir com vocês, posso?

2ª BEL. — Pode, sim. Mas vamos embora, que esta ficando tarde, e os pastores não tardam para dar de beber aos rebanhos.

(Pode-se apresentar aqui a cena dos pastores)

Entra a 1ª Belemita.


1ª BEL. — Que! Sou a primeira a chegar hoje? Onde estão as minhas companheiras?

4ª BEL. (entrando) — Olá, como vai? Há quanto tempo não nos vemos! Onde tem andado? E as outras, já se foram?

1ª BEL. — E verdade! Eu vou bem. Mas você é quem anda sumida. Da ultima vez que aqui estivemos, você não veio.

2ª e 3ª BEL. (entrando apressadas e procurando encher os cântaros) — Oh! vocês ainda por aqui?!

4ª BEL. — É verdade! E sentindo falta de vocês. Por que estão assim tão apressadas?

3ª BEL. — Então vocês não sabem? Ainda não ouviram falar do menino que nasceu na manjedoura?!

1ª BEL. — Ora, e você esta assim tão impressionada com um acontecimento tão sem importância?

2ª BEL. — Sem importância? É porque você não ouviu o que os pastores contaram, minha amiga. Esse menino é o Filho de Deus, aquele de quem os profetas falaram. É chegado o tempo!

1ª BEL. (com interesse) — Que foi?! Que foi que os pastores disseram? Que contaram eles?

2ª BEL. — Os pastores disseram que, enquanto guardavam os rebanhos durante as vigílias da noite, apareceu "o anjo do Senhor, que veio sobre eles, e a gloria do Senhor os cercou de resplendor e tiveram grande temor. Mas o anjo lhes disse: Não temais, porque aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo. Pois na cidade de Davi, vos nasceu o Salvador, que e Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Gloria a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens."

BEL. — Que coisa interessante! Em Belém vir nascer o Filho de Deus?

2ª BEL. — Não é de admirar; cumpre-se a profecia: "E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade."

4ª BEL. — E depois, que fizeram os pastores?

3ª BEL. — "E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém e vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente e acharam Maria, José e o menino deitado na manjedoura." E a estrela?! Dizem que no céu refulgiu uma estrela, cujo brilho jamais foi visto tão intenso e lindo! Jesus nasceu! Agora haverá paz no coração da humanidade!

1ª BEL. — E vocês já viram o menino?

2ª BEL. — Vimos, sim. Fomos até Lá e encontramos a criancinha enrolada em panos e deitada na manjedoura. Nós a adoramos! Como somos felizes!

5ª BEL. (entra cantarolando "Nasceu Jesus!) — Oh! amigas, como folgo encontrá-las ainda aqui! Estarão tão felizes e alegres quanto eu? Se vissem o que acabo de ver!...

1ª BEL. — Que foi? Que foi?

3ª BEL. — O menino da manjedoura?

5ª BEL. — Foi, sim!

2ª e 3ª BEL. — Nós o vimos também!

5ª BEL. — E os sábios?

AS QUATRO — Os sábios?

5ª BEL. — Sim, os sábios que vieram do Oriente adorar o menino. Que vestimenta bonita trajavam eles! Disseram que há muito esperavam o cumprimento da profecia e assim que viram a estrela vieram adorar o Filho de Deus. Ajoelharam-se e ofereceram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.

BEL. — Mas, que significa dar ao menino nascido, ouro, incenso e mirra?

5ª BEL. — Dizem que o ouro é símbolo do poder é o reconhecimento de que é verdadeiramente o Filho de Deus, o Rei Todo-poderoso. E a profecia dando os nomes o indica: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Ofereceram o incenso porque o reconheceram como Deus, pois assim é que o honram, ao Senhor, conforme o próprio Deus ordenou: "Quando alguma pessoa oferecer ofertas de manjares ao Senhor, a sua oferta será de flor de farinha e nela deitara azeite e porá o incenso sobre ela. E trará aos sacerdotes, um dos quais tomara dela um punhado de flor de farinha, e do seu azeite, com todo o seu incenso; e o sacerdote queimara este memorial sobre o altar; oferta queimada e de cheiro suave ao Senhor." E a mirra, como reconhecendo nele o Homem que há de morrer para salvar a humanidade. "Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelos nossos pecados; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados... E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte."
Como somos felizes! "E o seu nome será Jesus, porque ele salvara o seu povo dos seus pecados." Que felicidade!

5ª e 3ª BEL. — Vamos vê-lo?

5ª BEL. — Vamos, sim, vamos adorá-lo!

BEL. — Vamos adorar Jesus, nosso Salvador!

2ª BEL. — Vamos dar-lhe, neste dia, a nossa vida, o nosso amor!
 
TODAS — Vamos depressa!
(Saem pela lateral. Em seguida entram as belemitas e os pastores, que formarão o presépio, para cantar o hino Noite de Paz).
 

 Fonte: Livro Florilégio Cristão da editora JUERP, 18ª Edição.

Peça: Vozes de Outrora



BELÉM (trazendo a fronte uma estrela) —
Em mim nasceu o Redentor dos povos!
A Profecia predissera tudo que acontecer devia sobre a terra!
Quando o tempo chegara, o céu se abrira, apareceram anjos, coros sacros e quanto a glória do Senhor encerra!  Cantavam. Harpas dedilhavam ágeis, em meio ao canto, de harmonias cheias, em meio à Festa da Anunciação!
O povo em trevas assentado estava, a Luz raiara, iluminando o mundo, iluminando cada coração!
No firmamento, a Estrela peregrina brilhando andava, assinalando o espaço, a estrebaria onde Jesus nasceu!
Os pastores no campo ouvem, surpresos, a Noticia maior, jamais ouvida, — O Amor aos homens que do céu desceu!

NAZARÉ (com instrumentos de carpinteiro nas mãos)
Em mim cresceu aquele que, da gloria do Pai, ao mundo veio — ao mundo ingrato — a alma perdida a Deus encaminhar!
Operário — o trabalho amou na vida, Mestre — ensinou às multidões a crença, Do coração no trono — quer reinar!
Com a serra, ele separa o Bem do Mal, com o martelo, esmigalha do pecado o poder, que aniquila, abate e mata!
O escopo é o bisturi que abre e descarna a chaga cancerosa, e vê, profundo, o que aflige o mortal, o que o maltrata!
Os nazarenos — que sofrer imenso! — um dia rejeitaram o Messias, Aquele que crescera no seu seio!
Era o Irmão Desconhecido, um paria, o Companheiro, agora indesejável, Ele, que é o nosso mais sublime anseio!

CANÁ (conduzindo uma talha) —
Em Caná, o milagre fez, primeiro, da água vinho puro de uvas frescas, denunciando ao mundo o seu poder!
Foi em mim que Maria, a Mãe bendita, ordenou-nos, a nós servos de Cristo: — Fazei tudo quanto ele vos disser!
O milagre que ensina a utilidade, que evidencia a Fé que nos transforma, que principia em sangue e em sangue acaba!
O Cordeiro imolado — o apodo, o insulto, a cruz, os cravos, maldição e morte, — tempestade de dor que atroz desaba!


BETÂNIA (trazendo livros) —
Em mim passou. E a gloria que trazia encheu de luz os filhos desta terra, a doutrina ensinou do seu perdão!
Um lar — onde a tristeza entrara as portas, fez a alegria retornar. A vida — venceu a morte; a Luz — a escuridão!
Quanto bem, quanta graça, amor infindo, trouxe aqui, para o povo, abrindo a estrada larga, sublime, ao pobre pecador!
A Lázaro — exumou, ressuscitando, A Marta — aconselhou; disse a Maria, ter ganho a melhor parte — o seu Senhor!

NAIM (uma viúva embuçada) —
Era tarde. O horizonte, uma fogueira, o caminho ensombrado. Em breve a noite cobriria o infinito com o seu véu. O filho amado a morte arrebatara, o único arrimo do solar materno, ia a caminho do seu mausoléu!
Ei-lo que surge! E com ele a morte estaca, e o pranto acaba e cessa a dor, e o luto cede o lugar ao gozo, ao riso, a graça! Ao filho ressurgir, tornou-me a dar a alegria da vida!
Ó Cristo amado, tudo se acaba! O teu amor não passa!

JERICÓ (conduzindo uns cachos de uvas e figos) —
Aqui, a terra farta, Jericó, hospedei-o, e feliz, inda sorri entre as parreiras e figueiras bravas! O mundo, andar queria em tua volta imensa e ouvir a tua voz, sondar-te a mente, para ver o que vi — quanto me davas?
Às minhas portas, Bartimeu, o cego, ao saber que Jesus ali estava, ao seu encontro foi, clamando, certo de ter a luz dos olhos! E o milagre — o mundo increu — do cego de nascença, todos conhecem — os de longe e perto!
E de Zaqueu, o rico publicano que a figueira subira, para o Mestre, que entre a turba se achava, contemplar!
A sua conversão ao evangelho, a sua casa inteira aos pés do Mestre, como a Jesus aprouve declarar! 
GALILÉIA (trazendo um barco e rede) —
Ah! que céu e que mar, que lindas praias, quantas saudades, doce Galiléia, quantas recordações tenho de ti! Chamando pescadores, barcos, redes, - Vinde após mim, deixai este trabalho, almas ides pescar! Vinde, segui!
Mais tarde a tempestade o mar revolve e o vento e as ondas emudecem, quando a voz Suprema se ouve, imperativa! A bonança se faz, a alma do crente inflama-se de fé, arde de amor e fica aos pés de Deus, contemplativa!
Galiléia de paz, de maravilhas, testemunha ante os séculos que passam, velozes, como o doido furacão!
Galiléia! O teu mar, as tuas praias, o teu céu sempre azul — palco sublime — trazem saudades e recordação!


CAFARNAUM (com uma lâmpada acesa) —
Em mim foi que Jesus fez maravilhas como nunca se viu! Cafarnaum — a sede do trabalho e da cultura! O inferno, recuando; a Luz, fulgindo, o Poder, em ação: e o evangelho, sendo levado a cada criatura!
Os homens palmilhando outro caminho, os enfermos se erguendo, as sepulturas dando os seus mortos. Cristo é a luz do mundo!

SAMARIA (com um cântaro d’água) —
Meio dia. A cidade sobre o monte; os campos lourejando em trigo; a brisa é suave; o sol passeia o céu profundo!
O poço de Jacó. Jesus chegara e descansava a sua borda, enquanto foram além os servos comprar pão! A mulher desce ao poço cristalino, para água buscar — água terrena — e encontra Água da Vida em profusão!

JERUSALÉM (uma espada, uma coroa e uma cruz) —
Foi aqui. O inimigo me trazia sob o vil cativeiro!
Ele pregava o seu Perdão, a sua Paz e seu Amor!
Rejeitando a Palavra da Verdade, sofri a mais acerba dor — grande martírio — crucificando o Rei, o meu Senhor!
No templo, pelas ruas, nas cidades, nas casas, beira-mar, pelo deserto, ei-lo a falar do seu poder imenso!
Em mim se deu o fato que estremece a natureza inteira — a sua morte — que o mundo inteiro ainda traz suspenso!
Jerusalém! O mundo exclama; o Tempo, o Espaço, a Eternidade, bradam alto;
Ninguém responde! Mas, um dia, o Rei virá nas nuvens claras do infinito, e a terra inteira te verá bendita, indo ao encontro da divina Grei! 
(Cantam a letra abaixo com a musica do hino 497 do Cantor Cristão)

Longe, em Belém, Jesus nasceu, em Nazaré, cresceu, viveu; pelo trabalho, que tanto amou, a alma perdida iluminou!
Foi em Caná — o vinho faltou, d’água, meu Mestre, vinho tornou;
Em Betânia, a morte venceu, em um lar tristonho, alegria deu!

Coro:
Gloria no mundo, Paz, Salvação, tudo deixou-nos e seu Perdão!
Jerusalém! cidade dos céus, em que habitam filhos de Deus!

Em Jerico o cego fez ver, depois Zaqueu salvou com poder;
Na Galiléia — vinde após mim, barcos e redes deixai, enfim!
Cafarnaum és facho de luz, Centro de fé e amor de Jesus;
Ó Samaria, água bebei, glória rendamos ao nosso Rei!

Fonte: Livro Florilégio Cristão.
Peça no youtube: