quarta-feira, 21 de março de 2012

Coisas de Menino e Coisas de Adulto

Por Eliseu Antônio Gomes


Cheguei ao mundo em 1965. Tive uma boa infância. Cresci na região oeste da cidade de São Paulo, rodeado de atenção por ser o primeiro homenzinho da casa. Em 1979 já estava disposto a trabalhar. Era uma espécie de honra para mim. Meu pai e minha mãe não pediram e nem me impediram - só impuseram não abandonar os estudos  Nada forçado, aconteceu de maneira espontânea, eu quis e fui atrás do pão de cada dia. Era um prazer sair de casa de manhã e só voltar por volta das 23 horas, da escola, e no final do mês pegar meu humilde salário e tirar um pouco para comprar uma peça de roupa da moda, ou disco de vinil, e o restante entregar nas mãos da minha mãe. Fazia tudo isso de coração aberto, me sentia tranquilo e feliz vivendo assim.

Deus não rouba a infância de ninguém. Ele quer que vivamos a vida de maneira intensa e responsavelmente. Todas as faixas etárias: a infância, a juventude, a adolescência e a fase adulta. Sobre a juventude, está escrito:

"Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. Afasta, pois, a ira do teu coração, e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade" - Eclesiastes 11.9-10.

O trabalho sempre foi sinônimo de bênção para mim. Conheci aquela que veio a ser a minha companheira de vida trabalhando. Tirei férias do trabalho com carteira assinada, e não queria ficar parado. Então perguntei ao meu pai se sabia de algum lugar em que pudesse fazer um "bico" (trabalho avulso). Ele procurou e encontrou uma igreja em reforma e conversou com o encarregado sobre meu interesse. Compareci. E quem aparece durante o primeiro dia de expediente? A minha atual esposa e o irmão dela. Nem conversamos na ocasião. Eu não estava firme na fé. Ao vê-la, senti que ela era diferente das outras garotas que convivia em  salões de discotecas. Ela possuía alegria e aura diferentes, hoje sei que se trata da comunhão com o Espírito. O tempo passou, depois que me firmei em Cristo, orei a Deus: "Senhor, sabe que eu gosto de mulheres, e que não quero pecar neste 'departamento', então, peço alguém que me complemente, alguém assim, e assim, e assim" (características de caráter, de personalidade e físicas). Logo após essa oração, me lembrei da vez em que vi minha atual esposa e do impacto diferente que senti com a presença dela. Perguntei  sobre ela para uma de minhas irmãs, quis saber se ela era ou não comprometida. Não era, e me aproximei, mesmo com algumas pessoas querendo me aproximar de outras jovens da igreja. Não demorei a pedir permissão de namoro aos pais dela. Foram três anos entre namoro e matrimônio. Agora, são 27 anos de casamento, a ser completados em Dezembro de 2012, e dessa união temos uma prole com duas bênçãos.

Bem, tudo isso aí, nos parágrafos anteriores, é um prólogo para eu falar sobre o trabalho que fazemos para Deus. Estamos trabalhando para o Senhor? A tarefa já está designada claramente:

"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" - Mateus 28.19.

"Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" - Marcos 16.15.

"Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério" - 2 Timóteo 4.5.

Pode ser considerado comum, mas jamais será normal, se saudáveis,  encontrar pessoas adultas dependentes de outras pessoas adultas na questão financeira. É claro que existe aquela fase escolar, quando existe o acordo mútuo de financiar estudos, mas é fase, não é o plano de uma vida inteira. Filhos adultos dependendo de seus pais aos 40? Causa estranhamento.

Este tipo de situação ocorre na vida espiritual também. A pessoa aceita a Cristo, mas não sai da fase infantil. É dependente do leite maternal por um tempo maior que o de praxe, não desenvolve, não gera outra almas, não traz pessoas aos pés de Jesus. E pior: causa tropeços no seio da igreja, fazendo com que aqueles que caminham bem tropecem na fé.

É preciso produzir, ser útil. O tempo das fraldas e das mamadeiras com leite quente passa. Crescemos e devemos assumir a condição de maturidade espiritual. Jesus não força você a trabalhar, mas ele quer que seja um trabalhador dentro da Obra de Deus.

Alguns casais se casam e não geram crianças. Na vida espiritual também. Gerar filhos espirituais é sinal de vida com sabedoria: "Quem ganha almas sábio é" - Provérbios 11.30. Quando me converti, este versiculo de Provérbios parecia gritar dentro de mim. Passei a evangelizar as amizades que tinha, meu grupo de amizades era bastante grande. Todos foram ao templo comigo, alguns se converteram. E falei de Jesus para colegas de serviço também. Em todas as empresas que trabalhei, no mínimo uma pessoa se converteu.

Você já falou sobre Jesus para alguém, hoje? E na semana passada? A faculdade, a fila do banco, a espera do voo, o ambiente de almoço no horário do serviço. Todos esses lugares são ocasiões ótimas onde Deus lhe envia para evangelizar. Cabe a você aceitar e fazer o papel de um bom evangelista. Ore a Deus e peça-lhe que dê as condições para corresponder corretamente às necessidades de falar de Jesus.

Muitos anos atrás, quando ainda não havia Internet no Brasil, não sei explicar como, veio ao meu endereço um monte de avisos de carta registrada, aquele papel em que o destinário assina que recebeu a correspondência e a obrigação do carteiro é fazer voltar para as mãos do remetente. Pensei: "olha Deus me oferecendo a oportunidade de evangelizar!"  Eram quase dois mil endereços! Eu entreguei os papéis aos Correios, mas antes também tratei de escrever cartas e mandar para todos os nomes daquelas pessoas. Pude anunciar Jesus por cartas antes de me tornar Blogueiro Cristão.

Ser evangelista é um trabalho importante, espiritual, mas podemos comparar com atividades dessa vida. Como no trabalho secular, você começa sem prática e praticando ganha desenvoltura, com potencial para ser promovido. Também, é como malhar na academia, no começo, quinze quilos pesam, depois parecem bem leves e passamos a levantar trinta e assim para mais e mais. E os músculos se tornam rígidos e maiores.

Deus não violentará a sua personalidade para que evangelize. Do jeitinho que você é, falante ou não, expansivo ou retraído, tenha a certeza que poderá exercer muito bem a função de evangelista. Ele criou você como uma pessoa perfeita, e o Espírito o dirige para os lugares em que poderá trabalhar para Jesus ganhando almas.

Importante: para você ter o conteúdo ideal para entregar a Palavra de Deus, é necessário apropriar-se dela. Como? Lendo-a, estudando-a, praticando-a. Seja um leitor assíduo do Novo Testamento e passe a falar sobre o que ler. Coloque as Escrituras Sagradas dentro do seu coração. No momento necessário, ela sairá pela sua boca, ou por meio de escrita, sem nenhuma dificuldade, e servirá naturalmente como ferramenta eficaz ao evangelismo que produz resultados agradáveis ao nosso Pai Celestial.

"O que ama a pureza de coração, e é amável de lábios, será amigo do rei" - Provérbios 22.11
E A G.

Fonte: http://www.ubeblogs.net/2012/03/coisas-de-menino-e-de-adultos.html

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulher: jóia preciosa.

"De uma costela de Adão formou Deus a primeira mulher e disse: "esta será varoa, porque do varão foi tomada".
E assim foi formada a primeira mulher que o Senhor fizera, para ama-lo e adora-lo na beleza da sua santidade, e os abençoou e disse-lhes: "frutificai e multiplicai, e enchei a terra".

A Bíblia descreve com clareza que: 
A mulher virtuosa  é a coroa do marido.
A mulher sábia edifica a sua casa.
A mulher é a gloria do varão.
A mulher santa é pura e leal.
A mulher virtuosa é como diadema nas mãos do Senhor.

O sábio Salomão falou: "A mulher virtuosa quem achara? O seu valor excede o de rubis, o dos diademas"."

Que Deus possa continuar abençoando cada uma dessas jóias preciosas escolhidas para estarem ao nosso lado.

Parabéns pelo seu dia!

Fonte: SALES, Maria José C. Jograis - jóias que Deus me deu. CPAD.

segunda-feira, 5 de março de 2012

No entendimento das gerações

Marcelo Magalhães Ferreira

    Não raro, adolescentes e jovens são definidos como egoístas, irresponsáveis, irracionais e facilmente irritáveis. Não raro, também, ouvimos e vemos o conflito de gerações em famílias, igrejas e nos mais variados grupos.

    A Bíblia nos diz que os jovens tendem a guiar as suas vidas pelos caminhos dos seus próprios corações ou pela vista dos seus olhos (Ec 11:9), têm dificuldade em se concentrar (At 20:9), não são moderados (Tito 2:6), são insubmissos e soberbos (1 Pd 5:5), têm pouco conhecimento e bom senso (Pv 1:4), mas são curiosos (Mt 19:16), fortes (Pv 20:29), têm visões (Joel 2:28), têm a Palavra e venceram o maligno (1 Jo 2:13-14).

    Ser um líder adulto de jovens e adolescentes onde o primeiro escalão hierárquico é composto por adultos não é tarefa simples, tampouco fácil. É preciso lembrar que um dia fomos jovens e questionadores. Talvez a minha facilidade seja não ter me deixado "crescer" muito e ainda ser questionador.

    Hoje, com meu cérebro já desenvolvido fisicamente, deixei as coisas de menino e já não falo como menino,  não sinto como menino e não penso como menino, mas faço questão de manter viva a chama que arde em todos os reformadores, em todos os que não gostam da situação atual das coisas e buscam transformar todos os lugares por onde passam (Mt 5:14).

    Em nosso contexto globalizado, com rápido avanço da tecnologia, da criminalidade, principalmente na juventude e a crise de postura de muitos cristãos, se ficarmos limitados ao ensino teórico e com formato similar ao que tem sido utilizado durante séculos, a distância entre o Reino de Deus, onde as coisas acontecem, e um dos alvos desse Reino, os jovens perdidos, só aumentaria.

    Como disse o missionário E. Stanley Jones: "Os valores que a igreja está guardando não são sem valor e também não são irrelevantes. Eles são os valores mais preciosos da sociedade humana atual e em qualquer época. Esses valores podem ser cobertos por formas irrelevantes e linguagem arcaica; mas despidos dessa linguagem e formas irrelevantes, eles são a posse mais relevante, preciosa e valorosa que já foi concedida à raça humana".

    Se o cantor William, do grupo musical Black Eyed Peas, conseguiu unir 20.000 fãs para apresentar uma coreografia em uma de suas músicas em um show em Chicago, imagine o que o povo de Deus poderia fazer se as suas lideranças estivessem mais abertas às novas gerações e todo o seu potencial.
Para que isso aconteça, os mais velhos precisam dar mais crédito aos mais jovens, dando oportunidades, ouvindo suas idéias, planos, projetos e visões, reconhecendo seus dons e recursos disponíveis, equipando-os, delegando tarefas e andando junto com eles. Mais que tudo, os mais velhos precisam demonstrar, através do exemplo, como deve ser um seguidor de Cristo em um contexto moderno.

    Da mesma forma, os mais novos precisam reconhecer o valor da experiência dos mais velhos e que nem tudo o que eles decidem e fazem é ruim ou chato, mas muitas vezes, apenas influenciados por uma cultura eclesiástica de dois milênios de história, com pouco uso de tecnologia e pouca variação de forma e de linguagem.  E acima de tudo, precisam lembrar que os líderes são escolhidos por Deus (Rm 13) e que fizeram muitos sacrifícios e abnegações para chegar onde estão.
    Os jovens precisam ter a consciência da necessidade de tempo e experiência para crescer, da necessidade de construir relacionamentos de respeito e honra, da necessidade de desenvolver a sabedoria que será somada aos conhecimentos já adquiridos e da necessidade de edificar a si mesmo sobre a Rocha para que todos percebam sua segurança e depositem neles a sua confiança.
    Uma das tarefas mais difíceis para o líder é equilibrar o medo das conseqüências da imaturidade e a responsabilidade em permitir o desenvolvimento de novas lideranças. O medo dos jovens errarem e comprometerem algo importante não pode impedir o líder de apoiar pessoas jovens com capacidade de crescimento. Assim como a responsabilidade em gerar nova liderança não pode dar lugar à negligência. O líder precisa conhecer a individualidade de cada cooperador o melhor possível para auxiliá-lo e dar crédito a ele com baixa ou nenhuma perda na qualidade.
    Outro fator importante é identificar o quanto de tempo e recursos todos tem gasto com estruturas humanas e o quanto tem sido investido no Reino de Deus. Muitos líderes se sobrecarregam para suprir as necessidades das estruturas, enquanto deveriam viver mais livres para servir de exemplos do amor de Cristo.

    Esses líderes, sobrecarregados, demonstram aos mais jovens que, se forem dedicados ao serviço à estrutura, crescerão na mesma, serão reconhecidos, terão privilégios e uma boa parte na distribuição dos benefícios. De fato o que deveriam demonstrar é que são líderes porque são servos amorosos de pessoas que tem a mesma atitude e o mesmo sentimento humilde de Cristo Jesus (Fp 2:5-11).
    Os mais jovens que vêem sua liderança servindo à estrutura, mas resistente a mostrar humildade quando precisa servir pessoas tendem a não segurar seu ímpeto de ser notados e reconhecidos. Conseqüentemente, acabam se envolvendo excessivamente em atividades eclesiásticas com foco no próprio crescimento e benefício, não na sacrificial humildade de Cristo, em benefício do próximo.
    Assim como Jesus veio para os pequenos, nossos líderes precisam dar atenção às novas gerações e crescer com elas. Assim como Jesus nasceu humilde e cresceu em estatura e graça, nossos jovens precisam dar ouvidos aos mais velhos para que também cresçam em estatura e graça. Assim como Jesus se esvaziou e assumiu forma de servo, que todos nós possamos imitá-lo para combater o bom combate e transformar nosso mundo tecnológico globalizado em um mundo com menor criminalidade e cristãos mais fiéis ao seu chamado.

    É com essa mente e esse coração que todos nós precisamos crescer, meditando e aplicando a Palavra, para se conhecer a sabedoria e a instrução, para se entender as palavras de prudência, para receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade, para dar aos simples, prudência, e aos moços, conhecimento e bom senso (Pv 1: 2-4).
    O choque entre as gerações será menor se a Palavra for usada com sabedoria e sincera submissão por todos. Talvez os jovens tenham espaço e, com suas visões, transformem a nossa realidade em algo novo, à imagem e semelhança de Cristo. Talvez os mais velhos aprendam a gostar da mudança e aprendam, também, a equilibrar as pérolas do conhecimento dos anos passados com os diamantes brutos das novas descobertas do presente.
    Que o Senhor nos ajude a todos. Enfim, o anjo que estava no sepulcro vazio de Jesus era jovem (Mc 16:5) e o reino dos céus pertence aos meninos (Mt 19:14).

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