terça-feira, 19 de abril de 2011

As Sete Palavras da Cruz

Pleno zênite. O sol espalha seus lampejos! Consumam-se dos clérigos os vis desejos e as multidões em gritos bestiais se comprazem, vendo Cristo na cruz. Ele nem profere um ai, mas em prol dos algozes uma prece — "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem."



Ao lado de Jesus estão dois malfeitores que, apesar de na cruz, sofrendo as mesmas dores, lançam baldões, insultos e fazem esgares,mas, de súbito, Dimas se arrepende, chora, e, voltando-se a Cristo, seu perdão exora: "Lembra-te de mim, quando no teu reino entrares."



Jesus não lhe falou em missa ou purgatório, nem reencarnação ou outro meio expiatório, antes, em um período curto, mas conciso, sem mistificações, alegre, respondeu, àquela alma aflita que se arrependeu: "Hoje estarás comigo no meu Paraíso."



Maria, sua mãe, junto ao madeiro estava, tristonha e humilde ao Filho de Deus adorava. Com aquele doce olhar que não perdera o brilho, fitou sua mãe, bem como ao discípulo amado e a ambos incumbiu de mutual cuidado: "João, eis tua mãe — Mulher, eis o teu filho."



Veio para os judeus, que mal o receberam, os seus próprios apóstolos não o entenderam, ‘até Judas, um dos tais, vendeu-o. Que contraste, o próprio Pai virou-lhe o rosto em tal momento! e o cálice transbordou... fugiu-lhe esse lamento: "Deus meu, Deus meu, porque tu me desamparaste?



Febo, na sua faina e brilho aurifulgente, crestando a rua, vai desde a terna semente ao pescador que ao mar atira sua rede, 'até Jesus, que, sofrendo os cravos na cruz, (cujo suplicio mais sede inda produz) nessa grande agonia, brada: "Tenho sede."



A Cruz é o sacrifício vero e sem defeito.

Jesus, Sumo Pontífice uno e perfeito, que de graça completa salvação nos da, que não carece mais de humanos sacramentos, pois que fiel cumpriu a ambos Testamentos, quando ele afirmou: "Tudo consumado esta."



Sim, Jesus, o homem extraordinário, a gloria do alto céu trocou pelo Calvário, conseguiu esquecer-se sempre do seu ego, para salvar o homem e servir a Deus, 'até quando ergueu a ultima sentença aos céus: "Nas tuas mãos, o Pai, a minha alma entrego."



Autor: David Carvalho Moura

Extraído do livro: Florilégio Cristão – Rosalee M. Appleby.

4 comentários:

  1. Comecei a declamar essa poesia tinha 16 anos declamei por vários anos na minha adolescência,hoje tenho 51 anos e continuo achando linda ela.

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  2. Maravilhoso! Glorioso!a Deus toda honra e toda glória pelos séculos sem fim! Amém!

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  3. Amo Jesua e poesia tenho 62 anos, declamo essa piesia desde a minha infancia.

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