Um dia deparei um quadro original,
Belo em simplicidade e de valor real.
Num curioso gesto, eu quis analisá-lo,
Os seus traços olhando e ousando interpretá-lo.
Era um quadro comum, retrato de mulher. Enfeites não trazia ou pintura sequer! E, no entanto, era tal do rosto a expressão Que me falou direto a mente e coração.
No seu cansado olhar eu pude muito ler
No afã da vida intensa o cumprir do dever.
No lar e esposa amiga e fiel, delicada,
E carinhosa mãe, vive sempre ocupada
Em dar aos filhos seus um mundo de carinhos
E vê-los a pisar flores em seus caminhos!
Mas não parou ai seu mister divinal:
Lutadora do Bem, combateu contra o mal,
Criançaas — um milhar — a ela foram ter,
Levando de suas mãos as luzes do saber,
Ao Brasil, de sua vida, o melhor ela deu!
Para a Italia partiu querido filho seu.
Em seu olhar dorido e triste de saudade,
Há vivo lampejar de grã felicidade,
Por haver concorrido, em pequena parcela,
A engrandecer a Pátria, a tão querida dela!
E, que ganhou? Não foi o ouro vil, nem glória,
Somente uma coroa — os louros da vitória —
De cabelos tecida e que se embranqueceram, Que pelo sofrimento a sua cor perderam! Nos lábios seus sorrindo, eu vejo um grande mundo.
De ensinamentos sãos e de um valor profundo. Seu todo e de ousadia, enfrenta sacrificios, Batalha neste mundo encharcado de vicios, Soube vencer com fé toda dificuldade,
De ensinamentos sãos e de um valor profundo. Seu todo e de ousadia, enfrenta sacrificios, Batalha neste mundo encharcado de vicios, Soube vencer com fé toda dificuldade,
Amando sempre o Bem, a Justiça, a Verdade.
E muda, extasiada, eu pude então notar Que aquele belo quadro era a mim familiar.,. E, num grito feliz, de alegria tomada, No retrato revi minha Mãe amada!
Mãe te amo!
Autora: Lea Gosta Araujo
Fonte: Livro Florilégio Cristão.
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